domingo, 15 de setembro de 2019

DESDE O COLÉGIO

DESDE O COLÉGIO

Vinha pela alameda das figueiras
Compenetrado e grave como um sábio.
Trazia junto ao peito outro alfarrábio
Com as letras douradas costumeiras...

Era moço então, eram as primeiras
Páginas que escrevera... Tinha ao lábio
Ranço d'algum Cícero ou d'um Fábio,
Por meus versos malhar com brincadeiras.

Só -- como convém a todo poeta --
Aos futuros doutores me furtava,
Evitando-lhes outra frase abjeta.

Nem sábio nem estúpido: Chegava
Ao pátio do colégio decidido
Viver qual desde então tenho vivido.

Belo Horizonte - 15 09 2019

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