GÁRGULAS
A chuva tamborila no telhado,
Caindo em calhas atrás da platibanda.
Por horas a torrente não se abranda
E verte em jorros fortes sobre o eirado.
Cada desaguadouro é bem ornado
Como um teramorfismo que desanda
A esguichar em cascatas da varanda
A tempestade inteira ao porticado.
Eternamente em pedra enfeitiçadas
As gárgulas do rio são alteadas
Em vista de moléstias e de mágoas.
Eram uns dragões góticos terríveis,
Que mais ameaçadores aos desníveis,
Em vez de labaredas lançam águas!...
Belo Horizonte - 01 09 2019
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