A CARAPUÇA
A cara que me veste me convém
Para eu me parecer com quem preciso.
Aquele que me veem, de sobreaviso,
Se me mostre o que cômodo contém.
Solte-se do meu rosto todo, porém,
Quando só não me exijam tanto siso.
Ou se estabelecendo mais conciso
O retrato qu'eu sou e mais ninguém.
De facto, a carapuça que me serve
Possa lhes proteger de minha verve
Que, múltipla, confunde tanto assim.
Sendo muitos, escreva como se um,
Distante de qualquer lugar comum
Sob essa face pública de mim.
Betim - 15 11 2019
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