CÁRCERE: INTERIOR
Perspectiva com fuga à borda esquerda
Deslocada de quem olha em pé ao centro.
Entrando do postigo cela adentro
Uma luz baça sobre a sua perda...
Primeiro plano: Enorme mão direita
Bem agarrada à grade que a proíbe;
Longo braço esticado ao fundo exibe
O olhar que arregalado nos espreita.
Seu semblante insondável só espera,
Após tortura, a morte em soledade
Com que anseiam conter toda quimera.
Mas invertendo a fuga, o olhar evade...
E nas trevas da cela ele mesmo era
Um lugar onde brilha a Liberdade.
Belo Horizonte – 13 12 1998
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