quinta-feira, 7 de novembro de 2019

CANCRO DURO

CANCRO DURO

Era coisa de nada... Apareceu
Sem que me desse conta d'onde ou quando!
Aos poucos foi ardendo e avermelhando
Até que d'uma pústula escorreu...

Escondia ainda a dor como algo meu,
Ao perceber de Vênus mal nefando...
Mas logo aquilo foi m'espezinhando
A ponto de ficar maior do qu'eu!

D'aí médicos, remédios e vergonha...
Pois, como em meio ao gozo tal peçonha
E tanta dor de tão pouco prazer?

Guardei-me dos juízes de costumes
Para me curar entre sós queixumes
E nunca mais em risco m'envolver...

Belo Horizonte- 06 11 2019

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