terça-feira, 9 de agosto de 2022

DE TUDO UM POUCO

 DE TUDO UM POUCO


Sou tudo aquilo que admiro,

Mas também o que condeno.

Às vezes, insone ao sereno,

Plenamente dou um giro

E aeroplano terrapleno…


Roubei o fogo dos deuses

Mais o amuleto dos reis!

Para o arrepio das leis

Tenho empenhado enfiteuses

De terras de alheias greis.


Sou um louco para os sãos

E um santo para os devassos.

Alguém de meios escassos

Que habita entre os desvãos

De ainda impossíveis paços!


Às vezes bom sendo mau,

Pois que faz mal querer bem…

Sou tudo o que me convém:

Quem nada nunca de igual

Está contido e contém!


Entre ser e ter, viver!

Entre tudo e nada, o sonho…

Seja eu alegre ou tristonho

Um pouco de tudo a ver

E me pôr no que componho!…


Betim - 08 08 2022





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