INERTE
A força necessária para pôr-me
Agora novamente em movimento
É a mesma que a todo vão momento
Mantém a Terra em órbita uniforme.
Pareço estar parado, mas conforme
Eu me abandono sobre o pavimento,
Abro os olhos e giro ao firmamento,
Enquanto a vizinhança inteira dorme.
Em equilíbrio está o Universo e eu,
A me prender ao chão tão firmemente,
Que nada tenho em mim de facto meu:
O corpo, massa apenas; a alma, mente.
Outro que nas estrelas se perdeu
De pé, parado, olhando para frente.
Betim - 29 08 2022
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