segunda-feira, 29 de agosto de 2022

INERTE

INERTE


A força necessária para pôr-me

Agora novamente em movimento

É a mesma que a todo vão momento

Mantém a Terra em órbita uniforme.


Pareço estar parado, mas conforme

Eu me abandono sobre o pavimento,

Abro os olhos e giro ao firmamento,

Enquanto a vizinhança inteira dorme.


Em equilíbrio está o Universo e eu,

A me prender ao chão tão firmemente,

Que nada tenho em mim de facto meu:


O corpo, massa apenas; a alma, mente.

Outro que nas estrelas se perdeu

De pé, parado, olhando para frente.


Betim - 29 08 2022



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