O DESCASADO
Eu volto da cidade para casa
Sem saber, todavia, onde é meu lar.
Da janela do trem, a hora a passar
Arde céus nos meus olhos em brasa.
De novo sem destino e sem lugar,
Não ligo se o comboio mais se atrasa.
Apenas que a memória um tanto rasa
Me deixe inutilmente de lembrar.
Distrai este horizonte em movimento.
Tudo muda, momento após momento,
Até que nada seja mais como antes.
Percebo-me, afinal, um passageiro.
Na ilusão de ser só-mas-verdadeiro,
Como errados, erráticos e errantes…
Belo Horizonte - 11 12 2010
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