INTERVALO
Entre o epílogo e o prólogo, atravesso
Todos os movimentos da consciência.
Viver é desmedida ambivalência
De ser quem se é e ainda o seu avesso.
Se tenho sido só desde o começo,
Não fiz senão do encontro uma excelência,
Apesar da mais notória incompetência
Em caminhar tropeço após tropeço.
Eu sigo a narrativa sem negar
Que as várias trajectórias e os olhares,
São só pelo prazer de m’expressar.
E, sábio que não sou, arrisco azares:
— “Importa antes o durante com seu drama,
Que dar moral à história que se trama”.
Betim - 07 05 2025
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