MANQUITOLA
Inopinadamente claudicante,
Eu sigo d'olhos baixos pela vila.
Dou passo, mas a perna já vacila
Pondo um esgar de dor no meu semblante.
Chegar a algum lugar ninguém garante,
Tampouco caminhada mais tranquila.
Se a coxa torta súbito perfila
O resto vai de modo semelhante...
Mas talvez, por ser poeta, ande como ando
-- Isto é, por ir e vir manquitolando,
Atento a alguma história como a minha.
E tanto quanto manco pela vida,
Meu verso vacilante se acomprida
Escrito em cada mal traçada linha.
Betim - 01 10 2019
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