terça-feira, 4 de março de 2025

LAMENTAÇÕES

LAMENTAÇÕES


Urjo co'o sem sentido dos acasos,

Indo aonde não sei nem saberei.

N’esse mundo de Deus; sem lei nem grei,

Só tive das pessoas seus descasos.


Poeta, trilhei abismos de parnasos

E nada senão luzes encontrei.

Assim durmo mendigo e acordo rei,

Iludido igual luar em poços rasos.


Talvez ao me construir torres de sonho

Arriscasse a má sorte e o olhar tristonho,

Aprumando pilar a incerto soclo.


Não duvido da queda ou do sinistro

Tantas as crises vãs que administro.

No fim, esta é a vida do caboclo…


Ouro Preto - 02 03 2025


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