terça-feira, 4 de dezembro de 2018

DESINTELIGÊNCIA POÉTICA

DESINTELIGÊNCIA POÉTICA

Uma metáfora de bloqueio criativo: A musa rompe com o poeta e ele fica sem inspiração.
Ele até escreve rimas, mas não sai poesia d'ali. Só DESINTELIGÊNCIA...

ANTIMUSA

Ordinária! Tu não vales
Do que comes nem o angu!...
Leva contigo teus males
Ou senão os põe no cu!

Sim: No teu que é mais redondo!
Se te doer, passa pomada...
Diz que foi um marimbondo,
Que te pôs descadeirada.

Vai chupar prego, vadia, 
Até que vire tachinha!
Pagar pau dia após dia,
Que não passas d'uma zinha!

Tem de pôr fé n'essa zorra:
Puta formada pela USP!
Quando toma muita porra,
Engole tudo sem cuspe.

Vai te foder, boqueteira!
Eu sei bem o tu que fazes...
Pondo chifre à noite inteira;
De manhã fazendo as pazes!...

Olha, p'ra mim já deu. Vaza!
Volta p'ra quem te comeu...
Não quero ver n'essa casa
Nem sequer um cisco teu.

Aliás, só me incomoda
Uma coisa em tua merda:
Foste tonta a vida toda
Ou só te fazes de lerda?!
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ANTIPOETA

Corno! Filho d'uma puta!!!
Eu que não mais fico aqui!
Lava a boca com cicuta,
Qu'estou bem melhor sem ti.

Fica sim, é teu direito:
Não quero nada contigo.
Isso tudo é só despeito
De cão que late e nem ligo.

O que fiz e o que não fiz
Já não é da tua conta.
Vou aonde sou feliz:
Nunca fui lerda nem tonta!

Quanto a ti, triste poeta,
És, no mínimo, um ingrato:
Não me amaste por discreta,
Tampouco pelo recato...

Boqueteira? Com prazer!
Faço bem! Faço gostoso!
Faço p'ra dar e receber,
Sobretudo com quem gozo. 

A me foder, certo ou errado,
Lamentas não seres tu:
Andas muito preocupado
Do que ponho no meu cu...

Mas, sobretudo, se escreves
Sem a minha inspiração
Os versos a que te atreves
Têm rancor no coração.

Bebes litros de veneno
Sem veres minha agonia...
Pois sabes que ódio tão pleno
São rimas, mas não poesia.

Betim - 04 12 2018

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