terça-feira, 18 de dezembro de 2018

SEXO DOS ANJOS

SEXO DOS ANJOS

Cu não tem sexo: Macho e fêmea têm!
Qualquer um pode dar, se lhe convém,
Àquele que bem quer.
Cu é uma paragem mais sensível
Onde abaixo de muito baixo nível
Costumam a ofender…

Se tu, todavia, te permites,
Verás qual explodissem dinamites
Ao tomares no cu.
Em recíproco gozo, a troca-troca,
Quem dá ainda mais recebe em troca…
Assim eu como tu.

Tomar no cu supõem ser algo sujo
Ou que possa mudar o dito cujo
De macho n’uma fêmea.
Que tolice!… Se todo mundo é gente
Importa muito mais o que se sente
Na busca d’alma gêmea.

Há-que se conhecer antes de tudo
Para se permitir quando desnudo
Essa carícia ousada.
E, indiferente se homem ou mulher,
Descobrir-se a alegria do prazer
Enfim compartilhada.

Sim, porque nos papéis tradicionais
De papai e mamãe tão sempre iguais
Nem um nem outro goza.
Ao contrário, inventando-se desculpas
Tão-só fazem lidar co’as suas culpas
Em vida duvidosa…

Ou senão, a extinguir toda a libido,
Têm o desejo já como um tempo ido;
Deixado para trás.
Restando-lhes tão-só consolação
De se buscar prazer em solidão,
Levando carga atrás.

Mas não! Não seja o cu desperdiçado
Porquanto limpo e bem lubrificado,
Piscando de ansiedade!
Receba, após mil beijos de minete,
O membro intumescido que se mete
Na funda cavidade.

Indistinto se erótico ou se vênero.
Não seja mais o amor questão de gênero,
Sim algo natural.
Toma antes para ti como pessoa
Aquele que gozando se atordoa
No teu cu afinal.

Belo Horizonte — 18 12 2018

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