UIARA
No fundo da lagoa ela s'esconde
À espera do guerreiro cuja morte
Faz mais doce entre cânticos, de sorte
Que a siga sem saber sequer aonde.
Àquela voz nas águas mais responde
Com juras desvairadas, pois, o forte
Deseja tão-somente que o conforte
Sua mirada sem quando nem onde...
São olhos claros qu'ele, mergulhando,
Pelas águas escuras vai buscando
Em seu corpo desnudo de mulher.
Enquanto o faz descer mais e mais fundo,
Ela o guia através d'aquele mundo
Que há debaixo d'água a quem a ver.
Belo Horizonte -14 02 1994
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