ESTRANHA ESCRITA
Verso após verso, a métrica perfeita
Dá às sílabas ritmo e por fim rima.
Cada frase com menos mais exprima,
Onde o sentido ao som melhor se ajeita.
Nos mínimos detalhes endireita
A forma e o conteúdo em obra-prima…
Seguidas revisões, de baixo a cima,
A compor com imagens a hora afeita:
Assim como ao salão d’espelhos, logo
O lume ardente d'uma única vela
Faz brilhar mais de mil olhos de fogo!
Também pela poesia -- estranha escrita --
Um universo inteiro em si revela
Ao pretender-se íntima e infinita.
Betim - 30 12 2021