QUARTO DE HOTEL
Noite alta e o coração anda desperto
A rever a silhueta contra a luz
D’aquela que amorosa me conduz
A um lugar em mim indescoberto.
Em todo caso, o quarto está deserto:
N’um sonho o seu sorriso me seduz.
Eu paro a recordar-lhe os ombros nus
E os seios no decote semiaberto…
Agito-me na cama a noite toda
Certo de que a distância me incomoda
Mais que a solitude d’estas horas.
Assim, na escuridão, tua presença
Parece atravessar a noite imensa
A me trazer de volta sem demoras.
Santa Bárbara - 12 07 1997
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