LAUDAS PERFUMOSAS
Se eu derramar um poema em teu ouvido
E, linda, me beijares com ternura,
Talvez os versos valham-me a procura
Nos escuros recônditos d’Olvido.
Contassem-me do olhar incendido
Que s’espelha em teus olhos de luz pura,
Pode ser qu’eu poetasse com ventura
Acerca d’este amor que tens vivido.
Então, somente então, do que sinto
Diriam estes ais que não desminto
E t’escrevo ao lembrar horas saudosas.
Porque a alma me roubaste com um beijo,
E o corpo me ardeste de desejo,
Recebe-me tu, laudas perfumosas...
Belo Horizonte - 21 12 1997
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