PSICOSSOCIAL
No fundo dos teus olhos eu olhei.
E lá, jazem segredos abissais…
— Onde luz nenhuma não chega jamais —
Nos recônditos d’alma, t’encontrei.
Por sobre a tua pele eu te toquei.
De séculos de dor, os negros ais
Ecoavam existências desiguais…
Nas sombras da cidade, t’escutei.
Não é teu sofrimento só mental,
Se ausente da pirâmide social
Caminhas alta noite pela rua.
Tua dor sobretudo é exclusão,
Mas passas, invisível, na ilusão
De que catas estrelas para a lua.
Belo Horizonte - 08 05 1998
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