UM ENCONTRO HUMANO
As almas não se encontram, bem dizia
Manuel Bandeira em sua “Arte de Amar”,
E por que se haveriam-de encontrar
Se entre corpos cada um mais se perdia?!
Almas gêmeas… Estranha alegoria!
Quando tão melhor um comum lugar
Onde os corpos s’encontram a gozar
Dos prazeres em plena fantasia.
Talvez seja só eco ao que intuíra
Platão ao comentar do hermafrodita,
Cujo gênero em duplo se acredita.
Se não verdade, mais bela mentira!
Ou seja, a arte amorosa do prazer
No ambíguo-mas-humano bem-querer.
Belo Horizonte - 13 12 1998
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