quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

CATAS

CATAS


Mineiro de garimpos exauridos,

Restou-me catar quartzos no aluvião…

Pois é, pedrinhas brancas pelo chão,

Que levo por lembrarem tempos idos:


Criança, andava d’olhos espremidos

A ver quanto tesouro em minha mão!

Poeira d’ouro fino, grão por grão,

E logo após dobrões sendo fundidos…


Hoje, homem feito já, sigo sozinho,

Olhando para o chão todo o caminho,

N’uma mineração de pedras vãs.


Algo tão semelhante da poesia: 

Eu catar brilho aos versos que fazia,

Como fosse encontrar velhas manhãs.


Betim - 21 12 2022

 

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