CATAS
Mineiro de garimpos exauridos,
Restou-me catar quartzos no aluvião…
Pois é, pedrinhas brancas pelo chão,
Que levo por lembrarem tempos idos:
Criança, andava d’olhos espremidos
A ver quanto tesouro em minha mão!
Poeira d’ouro fino, grão por grão,
E logo após dobrões sendo fundidos…
Hoje, homem feito já, sigo sozinho,
Olhando para o chão todo o caminho,
N’uma mineração de pedras vãs.
Algo tão semelhante da poesia:
Eu catar brilho aos versos que fazia,
Como fosse encontrar velhas manhãs.
Betim - 21 12 2022
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