PONTO NEVRÁLGICO
Ao nervo do molar o osso na sopa
Molesta feito um raio entre sinapses…
A dor ali se instala com seus ápices,
Rasgando-te, minh’alma, igual estopa.
Tão logo te surpreendem a alva popa,
Abandono-me à espera que colapses,
Ou, no limite de ti mesma, relapses
Como quando a aflição contigo topa.
Em espasmos sucumbe a metafísica,
Enquanto a dor domina-te a consciência
Já sem filosofar sobre a existência.
Qual carne dada aos vermes pela tísica,
Empalideço a face e o pensamento,
No cerne d’um sagaz questionamento.
Betim - 23 05 1999
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