PALACETE
Um vestíbulo gótico sombrio
Atrás d’arcos erguidos por gigantes.
Portas à altura d’homens importantes,
Onde brasões de antigo senhorio.
Ecos de bem-te-vis no átrio vazio
Denunciam meus passos hesitantes,
Enquanto vejo tudo como d’antes
Em vidas que nas pedras fantasio.
N’um palco abandonado de entremezes,
Actores já não contam seus reveses
Tampouco musicistas se apresentam.
Sem embargo, caminho entre ruínas.
E as glórias dos vitrais pelas retinas,
As lentes do sublime m’as aumentam.
Belo Horizonte – 11 11 1999
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