COMPADRIO
Tipo: -- "Eu te leio desde que me leias!"...
De que se vale a lira lisonjeira
Na troca de elogios costumeira,
Senão passar por belas rimas feias?
E todo aquele aplauso que grangeias
Fica como fictícia baboseira...
Mas se t'esqueço sobre a cabeceira
É mais por vozes minhas do que alheias.
Sim: -- "Eu t'escrevo desde que m'escrevas..."!
E, à pretexto de crítica admirada,
Louvo tua obra d'entre obras coevas.
No fim das contas, tudo o mesmo nada...!
Lamento até que às letras tu te atrevas
E finjamos, os dois, tal presepada!...
Betim - 05 03 2020
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