sexta-feira, 13 de março de 2020

À OTOMANA

À OTOMANA

Espaçoso, relaxo na poltrona,
Enquanto bebem pela biblioteca.
No meu colo, SONETOS mais me obceca
Do que a gente graúda d'esta zona.

Tão logo a mente aos versos se abandona,
Eu folgo igual paxá p'ra lá de Meca...
A língua de ressaca se resseca
À medida que Antero me emociona:

-- Sapatos novos moeram os meus pés.
Por isso, os elevando de través
Eu me sento à otomana a noite toda...--

Explico sem que alguém me perguntasse,
Voltando para o livro em pleno impasse,
Indiferente a quem se incomoda.

Belo Horizonte - 09 03 2020

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