domingo, 7 de junho de 2020

NO GARGALO

NO GARGALO

Eu viro uma garrafa na garganta,
Embora o álcool ardente pelas ventas.
Minha mente em angústias desorientas
Enquanto a tua face se agiganta...

Com certeza algo tem de sacripanta
Essas desilusões ultraviolentas
Nas culpas que, terríveis, me acrescentas
Em meio à embriaguez que me ataranta. 

Bebo, como homem vil, noites a fio.
E agradeço, admirado, o desvario
D'olhar pela janela a noite imensa.

La fora, uma cidade inteira dorme
A despeito d'ameaça enorme e informe
D'uma emoção que dentro jaz intensa.

Betim - 07 05 2020

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