NO GARGALO
Eu viro uma garrafa na garganta,
Embora o álcool ardente pelas ventas.
Minha mente em angústias desorientas
Enquanto a tua face se agiganta...
Com certeza algo tem de sacripanta
Essas desilusões ultraviolentas
Nas culpas que, terríveis, me acrescentas
Em meio à embriaguez que me ataranta.
Bebo, como homem vil, noites a fio.
E agradeço, admirado, o desvario
D'olhar pela janela a noite imensa.
La fora, uma cidade inteira dorme
A despeito d'ameaça enorme e informe
D'uma emoção que dentro jaz intensa.
Betim - 07 05 2020
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