VIUVEZ
Espero na distância algum alento
Para a imensa saudade que m'envolve.
O que vivi contigo agora volve
N'esses campos varridos pelo vento.
Se por tão entranhado sentimento
Nem o passar dos anos mais resolve,
Tampouco teu olhar então me absolve
Das minhas soledades sem conteto...
Foste aonde eu jamais haverei-de ir,
Visto que és anjo d'asas envergadas...
Prontas para voejar sobre o existir.
Quanto a mim, tenho as asas alquebradas.
Incapaz que já fora em te seguir,
Eu vivo a t'esperar nas madrugadas.
Betim - 12 06 2020
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