LACÔNICO
Se mais tenho a dizer, menos eu falo,
Respondo tudo assim monossilábico...
E perco longe os olhos qual estrábico
Para não te encarar quando me calo.
Baixo a cabeça feito algum vassalo,
Cuja rainha, em olhar febril e rábico,
Me transporta do céu sétimo arábico
A este lugar de limbo; de intervalo...
Mas o pouco que falo, muito diz
E o silêncio que faço me é gritante
Do que cá me faria mais feliz.
Falo e calo d'amor quando bem diante
Dos olhos que nem sei se vãos ou vis
Me veem falar calado a cada instante.
Belo Horizonte - 18 12 2005
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