QUIPROQUÓ
Pois é... Há quem troque isto por aquilo,
Fazendo tempestade em copo d'água.
Turbilhão d'emoções ardem em frágua
Na vigília do espírito intranquilo!...
É fácil ver maldade n'um vacilo
Quem tem o coração já cheio de mágoa.
Após, em turvo rio ele deságua
E rompe igual barragem seu sigilo.
Ao se pressupor culpa, cai por terra
A ideia de que o inocente também erra,
Pois deve ser punido mesmo assim.
Quanto mais se defende, mais se acusa
Qualquer coitado diante da confusa,
Que julga em tudo sempre algo de ruim.
Betim – 19 12 2003
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