ESFEROGRÁFICA
A pena que desliza sobre a folha
Lhe risque azuis traçados sem desdita.
Com letra antes nervosa que bonita,
Toda a verdade d'alma se recolha.
Cuida em se fazer a cada escolha
A leitura tão fluida quanto a escrita;
Que, frenética, intensa se acredita
A ponto d'estourar-se feito bolha!
Escreve pelo gosto já da tinta,
Violentando-lhe a face do papel
No afã d'expressar-se quanto sinta.
E admira o manuscrito igual troféu
Onde pelo gestual a cor distinta.
Houvesse o azul furtado ao próprio céu!
Belo Horizonte - 09 11 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário