sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ERÓGENO

ERÓGENO

Quente... Se a pele arde onde o dedo toca,
Também a tua língua em minha boca
Vem sibilar veneno...
Logo, descem os lábios aos mamilos
E assim, vêm pousar ali tranquilos
Onde o prazer é pleno.

Na fome de te amar, quase machuca
Eu te cravar os dentes pela nuca
Para te devorar.
E, após correr as unhas pelos ombros,
Embaixo te sucedem os assombros
Do longo dedilhar.

Húmida... Se oferece à minha língua
A gruta até aqui deixada à míngua
Por sob os bastos pelos.
Para então, revirada sem esforço,
Mais arquear tuas costas sobre o dorso
Puxando-te os cabelos!

E, ao descer pelas nádegas expostas,
Te degustar enquanto te desgostas
Por eu tatear-te, cego.
E toda entregue ali tu te abandonas
À língua que t'explora aquelas zonas
Passear-te pelo rego...

E mais, untados todos os teus poros,
T'escutar os gemidos tão sonoros
A ponto de os temer.
Pois, lânguida, te alongas empinada
E reviras teus olhos  desvairada
Quase a desfalecer

Contudo, sem perderes os sentidos
Mais ainda me sentes incontidos
Os ousados carinhos
E mais me aceitas pela pele os lábios
Ao fazer de teus seios menos sábios
Ainda mais vizinhos...

Sim! Goza de meu corpo junto ao teu...
Usufrui de mim tal como se eu
Fosse tu mesma tua
Recebe-me o calor em teu calor
A nos queimarmos juntos pelo ardor
Por toda a pele nua.

Betim - 23 11 2018

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