VEIA POÉTICA
Bêbado, o poeta serve-se de agonia
Que lh'escorre da veia em hora incerta.
Deixa sangrar... À chaga mais aperta,
Enquanto a folha em versos se tingia.
Algo haverá de torpe na mania
De se meter o dedo em chaga aberta...
Contudo, desatada e descoberta,
Da veia os versos fluem em sangria...!
Exangue, o poeta escreve em solidão.
Logo o vinho que bebe e lhe invalida
A folha que encharcada cai ao chão.
E os versos onde pôs a alma despida
Perde ainda que sangre o coração,
No afã de por sua arte dar a vida.
Betim - 20 03 1994
Espaço para exibição e armazenamento de poemas à medida que os vou escrevendo. Espero contar com o comentário de leitores atentos e gente com sensibilidade poética por acreditar que o poema acabado não precisa ser o fim de uma experiência, sim o início de um diálogo.
sábado, 30 de maio de 2020
VEIA POÉTICA
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