domingo, 3 de maio de 2020

O POEMA PERDIDO

POEMA PERDIDO  

Retoma à folha em branco o teu sentido 

E escreve. Torna àquele instante que herda 
De palavras e idéias sua perda: 
Rebusca em ti o poema perdido.

Recordas? A memória um tanto lerda
Vai seguindo as pegadas desde o havido,
Além das armadilhas vãs do Olvido, 
Sem ignorar, porém, o abismo à esquerda.

Voa, condoeiro, mais alto que o condor: 
Parábolas, hipérboles, elipses... 
Descritas voltas p'las esferas tríplices 

Do ser a superar-se outro ao compor...! 

É imperativo: 'inda que alterado, 
Debruça-te sobre ti, reencontrado. 

Belo Horizonte -19 01 1999 

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