sábado, 2 de maio de 2020

RASCUNHOS

RASCUNHOS

Se em ti há algo morto ou adormecido
Como se fragmentado em toda parte.
Ou a vida bem diverso foi tornar-te, 
D'aquele que querias tu ter sido. 

Busca os rascunhos que hás esquecido,
Até te reencontrares em tua arte. 
Psicologia alguma há-de curar-te, 
Enquanto não tiveres um sentido.

Recria a cada página esse mundo 
E, à polifonia em movimento, 
Faz mais alto ressoar teu Eu profundo. 

E tendo de ti mesmo entendimento
Verás a vida toda n'um segundo
Dando a teu manuscrito acabamento.

Belo Horizonte - 16 08 1998 

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