LONJURAS
Para além dos azuis dos serros frios
Onde as tardes declinam em céus claros,
Eu caminho na poeira sem amparos
A rever nos confins sertões vazios.
Nos longes, os penedos luzidios
Apontam para os altos seus reparos,
Como sempre alertando os mais amaros
Da beleza de poentes tão sombrios.
Eu fujo para longe das cobiças
E afasto o burburinho das cidades
Em jornadas vadias e insubmissas.
Nos recantos eu busco liberdades
Que me negam as muitas injustiças
N'esse pleno usufruir das soledades.
Betim - 07 05 2020
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