OCTAGÉSIMA SEGUNDA
Espaço para exibição e armazenamento de poemas à medida que os vou escrevendo. Espero contar com o comentário de leitores atentos e gente com sensibilidade poética por acreditar que o poema acabado não precisa ser o fim de uma experiência, sim o início de um diálogo.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
OCTAGÉSIMA SEGUNDA
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
HOLOGRÁFICO
HOLOGRÁFICO
A imagem que se forma no vazio
Chega a brilhar no fundo da retina...
Por arte cinemática ilumina
A mensagem enviada em desvario.
Das formas impalpáveis desconfio,
Enquanto a realidade se imagina
N'uma virtualidade que alucina,
Visto que semelhantes ao arrepio!
Eu tenho para mim que a projeção,
Pretendendo falar ao coração,
Me fez mais triste o meu olhar tristonho.
De maneira que aquele sentimento
Tornasse o audiovisual em movimento
Como a mulher amada em meio ao sonho.
Sobrália - 29 12 2020
domingo, 27 de dezembro de 2020
FOGO SELVAGEM
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
ESPATIFADO
ESPATIFADO (aforisma)
E o meu coração, cansado de bater em vão, simplesmente se parte em mil pedaços.
Betim — 25 12 2020
OCTAGÉSIMA PRIMEIRA
OCTAGÉSIMA PRIMEIRA
VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO
VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO
Quero chorar mas já não tenho mais lágrimas.
O amor mais bonito se perdeu
em mil tentativas-e-erros. Não há mais nada.
Eu gostaria de ter alguém a que culpar,
mas a verdade é que estou triste demais
para raciocinar. Acabou por cansaço,
por distração e até por decepção.
Eu quis muito -- posso dizer -- foi a coisa
que mais quis na vida. Perder esse amor de vez
é quase tão doloroso quanto morrer.
Estou meio morto agora. Meu peito bate,
mas o sangue embaça meus olhos tristes.
Preciso esquecer -- é que me resta -- tenho-de esquecer.
Amanhã será Natal. Jesus menino, salva-me d'essa tristeza sem fim.
Eu sei que fiz quase tudo o que podia, mas a sensação de derrota é imensa: Perdi a pessoa mais importante da minha vida. Nada mais faz sentido.
Ela será feliz novamente e isso é tudo que me consola. Eu não consegui fazê-la feliz.
Ela sabe que nunca vou deixar de amá-la, mas isso não parece importar mais. Ela seguiu em frente enquanto eu permaneço parado, sem esperança.
Meus lábios murmuram: Feliz Natal! Eu te amo muito... Mas as palavras se perdem pelo quarto escuro.
Adeus, meu grande amor. Vai com Deus. Eu seguirei também.
Betim - 2020
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
AMARO
AMARO
É muito ruim amar quem já não te ama
E te chama de amor sem nem te amar.
Se todo amor um dia há-de acabar,
Restem em paz as cinzas d'essa chama.
Andando infeliz quem muito reclama
Decerto tem motivo o desgostar:
Há quem confunda amores com folgar
E sempre faz da noite uma derrama...
Amaro. Muito amaro aquele amor,
Em cuja boca o beijo é sem sabor,
Depois de tantas falas celeradas.
Amara. Desamar quem não te amou.
Pois o tempo de amar já te passou:
-- "Sumam com ilusões enamoradas!"
Betim - 23 12 2020
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
RAPINA
RAPINA
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
OCTAGÉSIMA
COPAS ENVERGONHADAS
COPAS ENVERGONHADAS
Cheias de não-me-toques, as coroas
Dos altos eucaliptos pelo vento
Ondulam a ciciar n'esse momento
Em que caminho longe das pessoas.
Sob o rumor das ramas passo lento,
Rememorando coisas más e boas...
Mas me pego encantado a tecer loas
Ainda às pudicícias vãs do evento:
Sim, as árvores têm suas vergonhas,
Assim como ora tenho meus remorsos,
Em meio a horas tão sós quanto tristonhas.
Pois apesar de todos os esforços,
Somos só solitários a afastar
O bem e o mal de quem quer nos tocar.
Sobrália - 21 12 2020
domingo, 20 de dezembro de 2020
ANDROCIDA
ANDROCIDA (rondel)
Viúva e negra, tece a aranha
O casulo onde jaz o amante.
Gira qual fuso a peça estranha:
Uma mortalha horripilante…
Grávida de prole triunfante,
Devora-o qual presa tacanha.
O casulo onde jaz o amante,
Viúva e negra, tece a aranha.
Grávida de prole tamanha,
Gira qual fuso delirante
Quem fez d’amores artimanha…
O casulo onde jaz o amante,
Viúva e negra, tece a aranha.
Sobrália — 20 12 2020
TRANSAMAZÔNICA
TRANSAMAZÔNICA
Mais dia menos dia vou-m'embora,
Rodar por roças novas onde o sol
Traz ainda mais perto o seu farol
E faz rachar a terra que se cora.
Diz-que quando o aguaceiro se demora,
Não vai trator de esteira nem patrol.
Somente a mosquitada onde terçol,
Malária, dengue, berne, catapora...
Para cada trecho ínvio haja morada,
Fazendo a travessia uma jornada,
Dias e dias preso ao lamaçal...
Quem porém das águas passa o inverno
Reine, pobre diabo, n'esse inferno
Sem lei nem grei da selva tropical!
Sobrália - 20 12 2020
PAPOS ALEATÓRIOS
PAPOS ALEATÓRIOS
Falo e não sei do qu'eu estou falando.
Escuto e não entendo ou sequer tento.
Parecer ser parece o meu intento,
Mas meneio a cabeça quando em quando.
Concordo mesmo em nada concordando.
Emendo as frases sem mais pensamento.
Sei o outro interromper todo momento
E mesmo assim eu sigo divagando.
Pelo gosto de ouvir a minha voz
Não deixo haver silêncios entre nós
Como tivesse pânico em pensar.
Incapazes d'algum desejo análogo,
Passamos o estranhíssimo diálogo
Todo o tempo falando sem parar.
Sobrália - 19 12 2020
sábado, 19 de dezembro de 2020
DOS INSECTOS
DOS INSECTOS
1.
Sobre o breu do brejo
dezenas de vagalumes
vão pisca-piscando.
2.
Cricrilava um grilo.
Na noite imensa da roça
o som das estrelas.
3.
Delicadamente,
a borboleta amarela
nos lírios dos pauis.
4.
Nuvens de mosquitos
voejam ao entardecer --
pássaros em festa.
5.
Junto do telhado
um ninho de marimbondos
prospera co'os donos.
6.
Atravessa a estrada
uma fila de formigas --
folhas andarilhas.
Sobrália - 19 12 2020
SEXAGÉSIMA NONA
SEXAGÉSIMA NONA
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
TRECHO VARIANTE
TRECHO VARIANTE
Hoje atalho por dentro a estrada velha
Sem as curvas do vale rio abaixo:
Um viaduto elevado sobre o riacho
E um túnel logo após que s'emparelha.
Então, passando o trecho, olho de esguelha
E relembro como era ali embaixo,
No tempo em qu'eu andava cabisbaixo
Com rugas a cravar a sobrancelha.
De vera, foram muitas travessias
Tristes em meio a tristes desventuras,
Que tanto obscureciam os meus dias.
De modo que o caminho em meio à serra,
Agora abandonado, em si encerra
O meu lugar-comum de sós agruras.
Antônio Dias - 17 12 2020
PATÉTICA
PATÉTICA
Se gosto de sorrir com seu sorriso,
Também gargalho em suas gargalhadas.
É muita areia? Dou duas carradas!
Trocentas horas extras, se preciso...!
Tem graça a sua vida no improviso
E o gosto peculiar para piadas...
Falas tão graciosas que engraçadas,
Mas que sempre me põem de sobreaviso.
Parece sem temor de aparecer
Pois faz chorar de rir quem quer que fosse
Como nada tivesse p'ra perder.
O riso que ora tenho ela quem trouxe...
Sem vergonha de si e do que quer,
Tudo o que faz a vida ser mais doce.
Betim - 16 12 2020
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
SEXAGÉSIMA OITAVA
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
AS MENINAS
AS MENINAS
Parecem-se igual duas gotas d'água
Nas pupilas dos olhos espelhadas
-- As meninas me passam alvoraçadas;
Com as maçãs do rosto ardendo em frágua! --
Jamais eu poderia olhar com mágoa
Àquelas traquinagens descuidadas,
Se o coração, em fortes ressacadas,
É um mar onde o amor, rio, deságua...
Elas correm de costas para mim
Como se me corressem outrossim
Pelo tempo que tudo quer levar.
Caminham sempre juntas na memória,
Por alguma alameda ora ilusória,
Tão parecidas são em meu olhar.
Betim - 15 12 2020
CADERNETA
CADERNETA
Passou pela cabeça e eu escrevi.
Pois antes de ser verso ou pensamento
Fora a contemplação do vão momento
Ou algo de interessante que eu ouvi.
A folha em branco esteja sempre ali
Onde a escrita repouse sem intento
Para desanuviar meu sentimento
E depois me lembrar do que esqueci...
Tenho sempre no bolso; bem à mão,
Alguma caderneta de rascunho
Que me recebe as letras de ocasião.
E, senão de meus dias testemunho,
Haja ao menos dos gestos a expressão
D'esse afã de poetar de próprio punho.
Betim - 15 12 2020
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
DOIS MIL ANOS DEPOIS DE CRISTO
DOIS MIL ANOS DEPOIS DE CRISTO
Não houve Natal quando ele nasceu.
Tampouco no solstício d'outro inverno
O mundo parou para olhar o eterno
E receber aquele que Deus deu.
Não sabem se de facto aconteceu:
Anjo, virgem, massacre, luz, governo...
Todavia, o que há entre o céu e o inferno,
Em outro sonho humano se perdeu.
Contaram dois mil anos -- vai saber!... --
O tempo que calhou de acontecer
Aquele nascimento obscurecido.
De tudo, a única coisa que nos resta
É essa mui ruidosa e estranha festa,
Que inventaram para um recém-nascido.
Ubatuba - 28 12 1999
domingo, 13 de dezembro de 2020
SEXAGÉSIMA SÉTIMA
SEXAGÉSIMA SÉTIMA
SEXAGÉSIMA SEXTA
SEXAGÉSIMA SEXTA
ENTRESSONHO
ENTRESSONHO
Durmo como estivesse esvaziado
De qualquer vão vestígio de existência.
D'olhos fechados, vívida consciência
De imaginar-me à noite despertado.
Meu sono parecia tão pesado,
Que a morte não seria coincidência.
Visto aquela máxima indolência,
Enquanto eu totalmente desligado.
Entre nada e lugar nenhum, a mente
Não concebia o tempo onde o presente
Acontecia para todo mundo.
Apenas o vazio e o esquecimento.
E aquele fora o meu melhor momento
De todos qu'eu vivera n'esse mundo.
Betim - 12 12 2020
sábado, 12 de dezembro de 2020
ONZE DE DEZEMBRO
ONZE DE DEZEMBRO
Lidar com o desamor é ruim,
que nem roçar um beco com enxada cega!
Deixar de gostar é revirar o coração, uma desnatureza
confusa e doentia: Não querer quem tanto se quis.
Sempre dar um passo para frente
em direção ao novo e, logo após, um tropeço.
A gente cai no chão de mal jeito
e fica parado olhando
o futuro que não vem
e o passado que não passa.
A gente fica.
Às vezes acontece de topar com o outro
e é estranho:
A amada distanciada se torna quase nada.
Sua presença fria
nega o amor que dói na saudade da solidão.
Não. Não. Não.
Não é nada mais em nunca nem ninguém.
Não tempo há nem espaço no desencontro. Já deu!
Resta apenas a armadilha de se acostumar ao vazio
e desejar que acabe o fim.
Aqui não se diz que o copo está pela metade,
sim que está por meio,
não importa se está meio vazio ou meio cheio,
ou meio a meio…
Importa é ser honesto com os desejos
e admitir que se quer mais ou não.
Se carecer, sirva-se outra dose e até se abra outra garrafa.
Miséria pouca é bobagem, haja vista
que existir é se debruçar sobre o abismo
e dizer não à morte dia após dia.
Acabou? Abra-se outra e outra!
Betim — 2020
SEXAGÉSIMA QUINTA
SEXAGÉSIMA QUINTA
SEXAGÉSIMA QUARTA
* * *
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
SEXAGÉSIMA TERCEIRA
SEXAGÉSIMA TERCEIRA
SEXAGÉSIMA SEGUNDA
SEXAGÉSIMA SEGUNDA
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
AO OLVIDO
AO OLVIDO
Se tenho tanta coisa p'ra esquecer
D'esta que, bem ou mal, já m'esqueceu,
É porque o meu caminho se perdeu
Enquanto eu insistia em bem querer.
Talvez não fosse mesmo para ser
Ou quem virá será melhor do qu'eu.
Talvez não seja nada: Aconteceu...!
Passou e não há nada a se fazer.
Nomes, cores, lugares, sentimentos,
Pessoas, coisas, ares e momentos...
Tudo o que teve a ver com quem partiu.
Cedo ou tarde será tudo esquecido.
Deixando-me a memória rumo ao Olvido,
Indiferente a quem chorou ou riu.
Betim - 09 12 2020
DE MÃO BEIJADA
DE MÃO BEIJADA
Pretendia-se um lorde, o beija-mãos,
Entre mil gentilezas e mesuras.
E, em face d'outra vítima, as finuras
Que a polidez obriga aos homens vãos.
Entregues ao malandro, os olhos sãos
Veem suas intenções, então obscuras,
Como ambíguas promessas de venturas.
E disse por fim sim depois de nãos...
Beijando a mão até subir à nuca,
Armava para a pomba uma arapuca
Com lábia que desliza pelos lábios.
Depois de consumada outra conquista,
Sem olhar para trás, perde de vista
Os olhos que deixou quiçá mais sábios.
Betim - 09 12 2020
SEXAGÉSIMA PRIMEIRA
SEXAGÉSIMA PRIMEIRA
SEXAGÉSIMA
SEXAGÉSIMA
QUINQUAGÉSIMA NONA
QUINQUAGÉSIMA NONA
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
QUINQUAGÉSIMA OITAVA
QUINQUAGÉSIMA OITAVA
À RISCA
À RISCA
As linhas no papel tenho seguido
À maneira d'um mapa do futuro:
Útil, firme, vistosa...O que procuro
Seja uma arquitetura do inavido!
Para gente viver que o construído
Se me projecta para além do obscuro,
Tornando-me pelo hábito maduro
Ao ser, senão mais sábio, mais sabido.
Desenho a planta baixa sobre a terra,
Enquanto cada estaca mais s'enterra
Para que o prédio mais alto s'eleve.
E o papel que me aceita o devaneio
Recorde meu engenho e meu anseio
Se tão longa a arte quanto a vida breve.
Betim - 07 12 2020
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA
QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA
BACURAU
BACURAU
Ave de boca aberta, engole vento
Ao rapinar as nuvens de insectos.
Surpreende pela noite os circunspectos
Que vagam nas desoras ao relento.
Mal veem o seu contorno pardacento,
Mas bem lhe ouvem os lúgubres projectos...
Muitos sequer conhecem d'ele aspectos,
Tão obscuro que é seu avistamento.
-- ''Amanhã eu vou...'' -- lembra seu piado,
Como fosse um noctívago cansado,
Que hesita em deixar a madrugada.
Sim, vigia na noite a mata escura
Co'a mesma ensimesmada e só procura
Que o boêmio algures faz do nada ao nada.
Betim - 07 12 2020
QUINQUAGÉSIMA SEXTA
DAS ESTRELAS
DAS ESTRELAS
domingo, 6 de dezembro de 2020
AOS OLHOS
AOS OLHOS
Os olhos, tive-os sempre para si.
Mas ela, que tão belos olhos tinha,
Preferira olhar para si sozinha
No espelho d'outros olhos por aí.
Os olhos, desde qu'eu tão longe a vi,
Recordam sua mão por sobre a minha,
Como vaga miragem que mantinha
Aquela que não mais está ali.
Se vejo o que não vejo é porque o real
Parece-me incompleto no final,
Visto que apenas vejo o que me falta.
Reste que ela não veja mais a mim
Embora eu permaneça, ainda e enfim,
A ver sua ausência aos olhos salta.
Betim - 06 12 2020
POR QUÊ?!
POR QUÊ?!
Por via de regra, é assim no fim:
A pergunta ficando sem resposta…
A frase e o amor terminam sem proposta,
Senão mudar o assunto entre ela e mim.
Parece-me bem típico, por fim,
Repetir a pergunta a quem se gosta
E entender no silêncio alguma aposta
Ou que essas coisas sejam mesmo assim.
Isolada no fim ou interjeição,
A pergunta me queima o coração
E a mente de vazio se povoa.
Aliás, só o silêncio reticente
Responde essa pergunta para a gente,
Feito o vento que pelo abismo ecoa.
Betim - 06 12 2020
QUINQUAGÉSIMA QUINTA
QUINQUAGÉSIMA QUINTA
sábado, 5 de dezembro de 2020
QUINQUAGÉSIMA QUARTA
QUINQUAGÉSIMA QUARTA
QUINQUAGÉSIMA TERCEIRA
QUINQUAGÉSIMA TERCEIRA
QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA
QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
QUINQUAGÉSIMA PRIMEIRA
QUINQUAGÉSIMA PRIMEIRA
Muita gente que se indaga
Sobre amar e ser amado.
Se amor com amor se paga,
Faz anos eu sou roubado...!
* * *
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
QUINQUAGÉSIMA
QUINQUAGÉSIMA
QUADRAGÉSIMA NONA
QUADRAGÉSIMA NONA
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
QUADRAGÉSIMA OITAVA
QUADRAGÉSIMA OITAVA
QUADRAGÉSIMA SÉTIMA
QUADRAGÉSIMA SÉTIMA
QUADRAGÉSIMA SEXTA
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
QUADRAGÉSIMA QUINTA
QUADRAGÉSIMA QUINTA
QUADRAGÉSIMA QUARTA
QUADRAGÉSIMA QUARTA
Para os lados do sertão,
Onde tudo é mais distante,
Contempla-se a imensidão.
Chamar os passos do errante.
* * *
QUADRAGÉSIMA TERCEIRA
QUADRAGÉSIMA TERCEIRA
Muito antes d’haver estradas,
Atalhava eu pelo mato.
Sendeiro nas madrugadas:
Vereda a dar no regato.
* * *