PAPOS ALEATÓRIOS
Falo e não sei do qu'eu estou falando.
Escuto e não entendo ou sequer tento.
Parecer ser parece o meu intento,
Mas meneio a cabeça quando em quando.
Concordo mesmo em nada concordando.
Emendo as frases sem mais pensamento.
Sei o outro interromper todo momento
E mesmo assim eu sigo divagando.
Pelo gosto de ouvir a minha voz
Não deixo haver silêncios entre nós
Como tivesse pânico em pensar.
Incapazes d'algum desejo análogo,
Passamos o estranhíssimo diálogo
Todo o tempo falando sem parar.
Sobrália - 19 12 2020
Espaço para exibição e armazenamento de poemas à medida que os vou escrevendo. Espero contar com o comentário de leitores atentos e gente com sensibilidade poética por acreditar que o poema acabado não precisa ser o fim de uma experiência, sim o início de um diálogo.
domingo, 20 de dezembro de 2020
PAPOS ALEATÓRIOS
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