COPAS ENVERGONHADAS
Cheias de não-me-toques, as coroas
Dos altos eucaliptos pelo vento
Ondulam a ciciar n'esse momento
Em que caminho longe das pessoas.
Sob o rumor das ramas passo lento,
Rememorando coisas más e boas...
Mas me pego encantado a tecer loas
Ainda às pudicícias vãs do evento:
Sim, as árvores têm suas vergonhas,
Assim como ora tenho meus remorsos,
Em meio a horas tão sós quanto tristonhas.
Pois apesar de todos os esforços,
Somos só solitários a afastar
O bem e o mal de quem quer nos tocar.
Sobrália - 21 12 2020
Espaço para exibição e armazenamento de poemas à medida que os vou escrevendo. Espero contar com o comentário de leitores atentos e gente com sensibilidade poética por acreditar que o poema acabado não precisa ser o fim de uma experiência, sim o início de um diálogo.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
COPAS ENVERGONHADAS
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