quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

DE MÃO BEIJADA

DE MÃO BEIJADA  

Pretendia-se um lorde, o beija-mãos, 

Entre mil gentilezas e mesuras. 

E, em face d'outra vítima, as finuras 

Que a polidez obriga aos homens vãos. 

 

Entregues ao malandro, os olhos sãos 

Veem suas intenções, então obscuras, 

Como ambíguas promessas de venturas. 

E disse por fim sim depois de nãos... 

 

Beijando a mão até subir à nuca, 

Armava para a pomba uma arapuca 

Com lábia que desliza pelos lábios. 

 

Depois de consumada outra conquista, 

Sem olhar para trás, perde de vista 

Os olhos que deixou quiçá mais sábios. 

 

Betim - 09 12 2020  

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário