DE MÃO BEIJADA
Pretendia-se um lorde, o beija-mãos,
Entre mil gentilezas e mesuras.
E, em face d'outra vítima, as finuras
Que a polidez obriga aos homens vãos.
Entregues ao malandro, os olhos sãos
Veem suas intenções, então obscuras,
Como ambíguas promessas de venturas.
E disse por fim sim depois de nãos...
Beijando a mão até subir à nuca,
Armava para a pomba uma arapuca
Com lábia que desliza pelos lábios.
Depois de consumada outra conquista,
Sem olhar para trás, perde de vista
Os olhos que deixou quiçá mais sábios.
Betim - 09 12 2020
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