FOGO SELVAGEM
À labareda muda se semelha
A ardência que recobre minhas mãos.
Espalha-se na pele em tons in-sãos
Até deixar a parte bem vermelha.
Queima por dentro a carne onde se artelha
O pulso que me dói em gestos vãos.
Ao passo que por fora brotam grãos
Como se fosse agora mão de velha...
O fogo que me queima, todavia,
Avança pela pele todo dia
Como se m'estivesse o sangue em brasa.
Eu me mudar de cor logo parece
Que alguma herança indígena aparece
E acima da epiderme s'extravasa.
Sobrália - 27 12 2020
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