DELÍRIOS
— “Mas, dizei-me vos-outros, vos conjuro!
Que notícias haveis d’aquela que amo.
Vede: O amor faz rodeios feito o ramo
D’uma videira em torno do inseguro.”
“Quanto desassossego e desapuro?!...
Que idéias imperfeitas ora tramo?!...
Vós que me ouvis, medi o quanto clamo:
– Onde s’encontra aquela que eu procuro?...
“Eis que as luzes que tive hoje são trevas
E a angústia toma o espírito após levas
De ausências e silêncios desiguais”
“Pois o amor – ou a loucura, se o entendeis —
Às vezes vai de encontro às próprias leis.
Sede-me vós juízes de meus ais!”.
Betim - 12 12 1996