MUSA E ANTIMUSA
Não me fales d'amor, velhas mentiras...!
As mesmas com que um dia me cegaste.
Mais nunca teu estandarte na minha haste!
Tampouco os versos vãos qu'inda me inspiras...
Por ti, já não dedilhem suas liras
Os poetas que, como eu, tu enganaste.
Não passa como novo um velho traste:
Hei-de esquecer, conforme preferiras.
D'aquele amor, alguns poucos resquícios
Nos restem pelas poeiras dos caminhos
Enquanto prosseguimos tão sozinhos.
Quiçá entorpecido, n'outros vícios
Deixe de desejar-te d'uma vez,
Sem mais ceder à tua insensatez.
Betim - 20 12 2010
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