O ALCOÓLATRA
Os anos que passaram pelo espelho
Branquearam minha barba e meus cabelos...
Bem como pelos peitos alvos pelos
Recobriram-me a pele vil de velho.
E por vezes me dói tanto o meu joelho,
Que mal sei dar aos pombos uns farelos.
Noites inteiras passo entre desvelos,
Enquanto um esporão brota no artelho...
Pois é... Olheiras fundas, carnes moles...
Mais a papada, pintas, manchas, rugas...
E as mãos cheias de calos e verrugas.
Uma vida passada toda aos goles,
Para no fim, tão pobre quanto Jó,
Entregar minhas cãs de volta ao pó...
Belo Horizonte - 20 09 2009
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