sábado, 12 de novembro de 2016

A MULHER DO PRÓXIMO

A MULHER DO PRÓXIMO

Todo o tempo, amigo, há-que estar atento
Face àquela mulher que se apresenta
Como um sol que ao nascer nos desorienta
E põe a terra e os céus em movimento...

Ela é algum fenômeno violento,
Semelhante a ciclones ou tormenta.
Porém, depois serena ela aparenta
Sempre a nos contestar o sentimento:

-- "Amor não é amor sem correr riscos!" --
Pontifica com sua voz mais forte
E alheia às próprias traves vê meus ciscos...

Amando indiferente à vida e à morte,
Essa mulher me deixou na pele viscos,
No mal de desejar d'outro a consorte.

Belo Horizonte  - 02 01 2006

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