AO TACTO
Há-que se tocar quando o amor nos cega...
Ter na palma da mão o coração
Ao se sentir em meio à escuridão,
Pele a pele, onde o peito se aconchega.
Mas se maior o calor, melhor a entrega;
Têm-se à pele em altíssima tensão,
De modo que a esta intensa sensação,
Palmo a palmo, já a carne não sossega.
Apalpar para os olhos pôr à palma,
Pois ao tocar sentir pelo corpo a alma,
Tendo o carinho apenas como guia...
Sempre encontrem um no outro tais delícias
Os amantes que entregues às carícias
Se permitem ao tacto a fantasia.
Betim – 05 05 1995
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