TORRES
Dormi, Princesa, em torres de marfim...
Sem sequer rir; sem dor dormir; sem nada.
Como se estátua apenas esboçada:
Carne a irromper do mármore por fim!...
Príncepes esperais d’além-jardim,
Por ver-vos, quintessência decantada!
Sei que das torres onde haveis morada,
Lançais encantamentos sobre mim.
Mas seja o meu cantar vosso acalanto;
Que embora letras cheias d'amor mundano,
Guarda d'anjos a música o amor santo.
Sois toda ideal, não carne, cerne humano...
Dormi, Princesa... Eu sob vosso encanto
Só com ais os ouvidos vos profano.
Ouro Preto - 01 05 1998
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