quinta-feira, 17 de novembro de 2016

EM TORRES DE MARFIM

EM TORRES DE MARFIM

—"Dormi, Princesa, em torres de marfim.
Sem rir; sem dor dormir; sem nunca nada.
Como se estátua apenas esboçada:
Carne a irromper do mármore! Por fim..."

"Se príncipes esperais além-jardim
A ver-vos — quintessência decantada...
Sei que das torres onde haveis morada,
Lançais encantamentos sobre mim."

"Ouvi o meu cantar qual acalanto.
E, embora soe o poema a amor mundano,
Guarda d'anjos a música o amor santo."

"Sois toda ideal — não carne, cerne humano... "
—"Dormi, Princesa... Qu'eu, sob vosso encanto,
Só com ais os ouvidos vos profano.

Ouro Preto - 01 05 1998

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