O CONVITE
Corro os olhos p'la folha amarelada
Onde há anos um nome está escrito.
Mas tanto tempo faz! Mal acredito
N'aquela letra ali tão bem traçada.
Recordo-me da carta não enviada
E de seu estupor quase infinito
Que a mim, tão desolado quanto aflito,
Deixou sem qu'eu pudesse mudar nada.
Dez anos se passaram... E, de novo,
Eu e ela estivemos face a face,
Sem que se houvesse fim àquele impasse.
D'esse convite ainda eu me comovo,
Após ver como um erro permanece
No coração de quem jamais o esquece.
Belo Horizonte - 09 11 2006
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