segunda-feira, 14 de novembro de 2016

UM QUARTO E UMA MEIA

UM QUARTO E UMA MEIA 

 

Uma meia esquecida no meu quarto. 

Olho no relógio e é meia noite e meia... 

E, igual àquela noite, outra lua cheia 

De cujo recordar jamais me farto. 


O perfume, já por meio e um quarto, 

É teu cheiro que no ar tudo permeia... 

Dilata-se a pupila; estufa a veia: 

De novo para aquela noite eu parto. 


Brilho da lua em só noite de quarta... 

Da qual ora escureço; ora clareio 

Para ti cada poema, foto ou carta. 


No fim das contas, perco-me no enleio: 

Dividido por zero ou posto à quarta... 

O que é ser nada? Ser um par ao meio?... 


Cap. Andrade - 22 03 1995  

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