segunda-feira, 10 de outubro de 2016

DIR-TE-IA

DIR-TE-IA

Tendo tanto a dizer, eu nada falo
Só te olho sem saber o que fazer...
E, quando balbucio um som qualquer,
Sem que me faça ouvir, eu já me calo.

Às vezes, parecia que d’estalo
Sairia quanto tinha a te dizer,
Mas estacava apenas de te ver,
Como se iluminada por um halo...

Olhos ardósias qual lousa de giz,
Com tão mimosos lábios e o nariz
Compondo a tua face inconfundível.

Dir-te-ia que te quero mais do que antes.
Por desgraça, porém, n’estes instantes
Silencio co’a voz quase inaudível!...

Betim – 08 08 2012

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