terça-feira, 14 de março de 2017

HABITUADO

HABITUADO

Retorno, como d'hábito, ao boteco
E lá peço o de sempre, salivando...
O amargo desce a goela requeimando
Se no palato a língua estala a seco.

Sentado à mesa posta já no beco,
Eu olho em roda a rua quando em quando
A ver as raparigas vir em bando,
Enquanto o chope escorre do caneco.

A tarde aos poucos cai entre edifícios,
Indiferente aos meus antigos vícios
Ou ao meu descaramento contumaz.

E ria de mim mesmo feito rico
Se por uma hora ou duas beberico
Com tudo que na vida mais me apraz!

Belo Horizonte - 05 05 1998

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